Diário
[21/03/2025] Fiz a minha primeira suspensão corporal
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Eu sempre sonhei com fazer uma suspensão corporal, ainda que não saiba explicar onde este desejo se originou. Quando pensava sobre isso, eu tinha poucas certezas — duas delas tinham a ver com querer passar ganchos na parte de cima das minhas costas e querer ser suspendido perto da água. Eu me imaginava flutuando perto de um mar ou lagoa, ancorado em uma árvore, e isso era tudo o que eu sabia sobre a minha futura experiência.
Enfim chegou o aguardado dia. Fazia um sol gostoso de início de outono, a praia estava tingida de amarelo claro e os passarinhos cantavam tranquilamente. A doçura do mundo fazia um contraste notável entre a dor aguda que eu senti ao ser suspendido, e, no entanto, a dor logo deu lugar a outra coisa. Subitamente, percebi que experienciava algo que, entre as minhas memórias, mais se aproximava da sensação de "sagrado".
Aqui vão algumas fotos dessa experiência magnífica.
É, bem... a Polícia Militar apareceu no meio da suspensão e eu tive o diálogo mais aleatório da minha vida. Confesso que senti um prazer bastante sádico por perceber que os dois PMs estavam absolutamente apavorados com o que a gente estava fazendo.
Os policiais tentaram, a todo custo, encontrar alguma brecha na lei para criminalizar o que estávamos fazendo, mas fracassaram. Fiquei pensando que a vida deve ser muito triste e limitada para quem vive a vida como ferramenta de dominação da cis-heteronormatividade racista. Eu, por outro lado, sou muito orgulhoso do meu desvio.
[03/03/2025] Lancei um clipe com a minha banda :)
Era pleno carnaval. Fazia 35 graus e eu estava vestido de cachorro fetichista, prestes a ir dançar no bloquinho.
Como os artistas também trabalham quando todo mundo se diverte, precisei tirar alguns minutos para lançar o clipe nas redes.
Espero que gostem :)
[25/02/2025] Trouxe o barco de volta para casa
No fim das contas, remar é mesmo viciante. Eu e Lua resolvemos acordar cedo no dia seguinte e levar o barco para casa a remo. Foram mais 3 horas e meia de energia investida.
Como posso explicar a sensação de liberdade de voltar para casa de barco? Fazia um sol vibrante e, na volta, o vento soprava a nosso favor, de maneira que pude apenas deixar o vento nos levar, sem qualquer esforço. Quando observamos a cidade pela água, todas as distâncias são diferentes. Consegui entender por que os bairros foram crescendo da forma como cresceram. Aqui de casa, o centrinho é tão mais perto pela água!
Ficamos imaginando isso: dar um "pulo" no centrinho para tomar uma cerveja e apreciar a vista, mas indo de barco. À medida que Floripa vai ficando sem espaço para mais gente, encontramos o nosso sossego na água.
[24/02/2025] Busquei meu barco no estaleiro
Eu sempre sonhei com ter um barco. No ano passado, Lua encontrou um barco à deriva na Lagoa e, desde então, estivemos juntando energia e dinheiro para consertá-lo.
Foi difícil encontrar alguém que ainda soubesse trabalhar com madeira - e olha que moro em uma ilha. Depois de algumas semanas no estaleiro da Barra da Lagoa, nosso barquinho reformado pôde voltar para a água. Ainda não está pintado, segue com o nome antigo e verte um pouco de água dentro. Mas logo resolveremos isso.
Foram três horas e meia de remada até chegar no centrinho da Lagoa. Atracamos no trapiche da Avenida das Rendeiras para almoçar e descolamos uma carona para o barquinho amanhã de manhã. Por hoje, ele vai dormir ao relento.
[22/02/2025] Lancei um single com minha banda!!!
Poisé, eu sou músico :) Ano passado, me tornei baixista e guitarrista na banda Apocalypse Cùier, um projeto transcentrado e contra-colonial.
Hoje, nós lançamos o nosso single Tropic All.
Quando eu tinha meus 20 anos, fiz uma lista de sonhos que eu tinha para a vida. Gravar um álbum era o último sonho que faltava riscar da lista. Agora, caminhando para meus 32 anos, fico me perguntando quais sonhos novos eu posso inventar para a casa dos 40 anos.